Iniciando o ano com o Pedal direito – Uruguay de Bike –
Parte 4
Bem vamos seguindo viagem então.
Estamos em La Paloma.
Mais um dia para pegar a estrada. Após uma bela noite de
sono em nossa barraca maravilhosa, acordamos cedo, tomamos café, desmontamos
nosso acampamento, carregamos tudo nas bikes e saímos para pegar a estrada.
Isto já estava virando rotina, uma boa rotina. Cada dia que passava as coisas fluíam
mais facilmente, inclusive acomodar toda carga nas bikes com todos os
equipamentos estava sendo bem mais rápido.
Hoje seria mais um longo dia, nosso destino Punta Del Este
distante 130km mais ao sul. Como já falamos antes nossa idéia inicial era seguir
pela Ruta 10 mas devido aos diversos fatores que dificultavam esta travessia,
optamos em seguir o caminho tradicional o que deixaria o percurso 50km mais
longo. Mas tudo bem, estávamos a fim de pedalar.
Seguimos pedalando pela Ruta 15, foram 30km até Rocha que é
a capital do departamento de Rocha. Próximo ponto de apoio disponível somente
em Rocha. Nesta estrada cruzamos com diversos ciclistas locais mas nenhum
viajando apenas treinando. Nesta estrada o movimento já era mais intenso, em
alguns trechos. Pouco a pouco os quilômetros foram passando, o vento que achávamos
que seria a favor estava na cara, mas por sorte não era muito forte.
Chegamos a Rocha e com isto na Ruta 9 novamente. Paramos ali
num grande posto de serviço, com uma ótima loja de conveniência, café,
restaurante etc... Descansamos um pouco fizemos um lanche, nos hidratamos,
abastecemos as bikes e seguimos viagem. Antes de sair nos informamos sobre a
estrada e pontos de apoio. Próximo ponto de apoio somente no pedágio distante
40km dali. Ok, pegamos as bikes e seguimos.
Novamente estávamos pedalando pela movimentada
Ruta 9. Nesta estrada tínhamos que seguir pelo acostamento em função do
movimento intenso. A estrada seguia subindo e descendo em meio a coxilhas, ao
longo da estrada poucas árvores e quase nenhuma sombra a nossa volta avistávamos
somente lindos campos. O calor estava intenso, o termômetro da bike marcava 42ºC.
De vez
em quando achávamos uma sombra onde parávamos para descansar um pouco e em
seguida já seguíamos viagem.
Finalmente do topo de uma coxilha avistamos o
pedágio, já imaginávamos um pedágio com toda infra estrutura como temos em
alguns pedágios aqui no Rio Grande do Sul, como sala de estar climatizada, loja
de conveniência, banheiros, água gelada, etc. Para nossa sorte poucos metros
antes do pedágio passando numa ponte, que faz a divisa entre os departamentos de Rocha e Maldonado, eu seguia na frente da Maxi e só ouvi
aquele tradicional som de pneu esvaziando. Ao redor nenhuma sombra e o sol
rachando devia ser umas 13h. Acelerei a pedalada e consegui chegar ao menos no
pedágio para fazer a troca do Pneu. Um pedágio no meio do nada, nenhum árvore
para fazer sombra. Comecei a tirar a roda da bike e com a roda em mãos mais a
câmara reserva, bomba de ar e espátulas fomos para a frente do prédio onde
ficava a “policia caminera” e a concessionária do pedágio, e ali a única sombra
disponível. Enquanto eu fazia a troca do pneu. Logo percebemos que o pedágio
não era nada daquilo que imaginávamos, nada de sala de estar climatizada,
cafezinho, loja de conveniência, etc... Enquanto eu fazia o conserto do pneu a
Maxi foi procurar por água, quando para nossa surpresa fomos informados de que
não havia água, nem gelada nem quente. Inclusive fomos informados de que a água
das torneiras não era potável. Bateu
um certo pavor pois estávamos na metade do caminho e a pouca água que tínhamos dava
para fazer chimarrão. Desta maneira seria muito difícil seguirmos viagem nestas
condições climatológicas que estávamos enfrentando. Por sorte apareceu um
policial que se sensibilizou com nossa situação e prontamente nos forneceu água
gelada da cozinha deles. Abastecemos nossas caramanholas, terminamos de montar
as bikes e conversamos com o policial sobre nosso trajeto pontos de apoio na estrada
etc. Seguindo pela Ruta 9 o próximo ponto de apoio seria distante uns 40km dali,
na cidade San Carlos já quase em Punta del Este mas o policial nos sugeriu
pegar uma estradinha de rípio até José Ignácio. Esta estradinha nos levaria em
direção a Ruta 10, e deveríamos pegar esta estrada 10km após o pedágio e seguir
mais uns 10km até José Ignácio.
Tudo certo pneu consertado e abastecidos com água seguimos
pedalando e controlando a quilometragem pela Ruta 9.
Após rodar uns 10km pela
Ruta 9 surgiu um estradinha de rípio à nossa esquerda, mas não tínhamos certeza
se era esta a estrada que deveríamos pegar.
Não havia placa indicando. Ficamos alguns minutos parados na estrada avaliando que atitude tomar. A tentação era grande, de deixar a movimentada Ruta 9 e seguir por aquela estradinha de rípio que parecia seguir na direção de José Ignácio.
Para ajudar ainda a estrada era
em uma leve descida, não sabíamos por quantos quilômetros mas o início era
lomba abaixo, com árvores fazendo sombra e o vento estaria a nosso favor.
E se não fosse por ali? Se esta estrada terminasse em uma fazenda? O GPS também indicava que este rumo seguia reto para a cidade de José Ignácio. Mas não tínhamos a certeza, e então resolvemos arriscar, caso não desse certo depois veríamos o que faríamos, talvez acampar na beira da estrada.
Não havia placa indicando. Ficamos alguns minutos parados na estrada avaliando que atitude tomar. A tentação era grande, de deixar a movimentada Ruta 9 e seguir por aquela estradinha de rípio que parecia seguir na direção de José Ignácio.
E se não fosse por ali? Se esta estrada terminasse em uma fazenda? O GPS também indicava que este rumo seguia reto para a cidade de José Ignácio. Mas não tínhamos a certeza, e então resolvemos arriscar, caso não desse certo depois veríamos o que faríamos, talvez acampar na beira da estrada.
Chegamos a cogitar de pernoitar ali mesmo, nos informamos
sobre camping na cidade mas não existia. Neste posto de combustível encontramos
com um casal de cicloturistas uruguaios que estavam fazendo exatamente o
caminho inverso ao nosso, naquele dia estavam seguindo a La Paloma, e seguiriam
até o Parque Santa Teresa ou até o Chuy. Conversamos um pouco sobre as viagens,
trocamos algumas informações sobre a estrada e lugares para visitar, e nos
despedimos. Eles seguiram o rumo deles e nós nos refugiamos um pouco na loja de
serviço do posto e ali tomamos as mais variadas bebidas geladas a fim de nos
refrescarmos e hidratarmos. Refrigerante, suco, água, cerveja, sorvete, etc...
foi uma mistura braba. Acho que ficamos parados ali por 1 hora aproximadamente,
também esperando que o sol baixasse um pouco.
Depois de bem descansados pegamos a estrada novamente, agora
só mais 30km, mas costeando o mar, sentindo a brisa e curtindo o belo visual.
Logo chegamos na Laguna de José Ignácio onde tinha um bom número de velejadores praticando Kite Surf, ficamos ali parados curtindo um pouco aquele visual, de um lado a laguna e do outro o oceano atlântico e separando os dois uma estreita faixa de terra por onde passava a estrada. O ânimo já havia mudado pois estávamos chegando ao nosso destino, e a bela paisagem fazia os quilômetros passarem mais rápido. Aproveitando a parada na Laguna José Ignácio passei os alforges da bike da Maxi para minha, para que ela não sofresse mais neste trajeto que já havia sido tão desgastante até agora, e que continuava nada fácil com calor, sol e alguns sobe e desce. Assim ela poderia ir se recuperando e curtindo mais a viagem. Segui então com toda bagagem em minha bike e ela com a bike vazia. Incrível como a bike se portava bem, um pouco mais sofrido nas subidas mas nada de demais, inclusive com peso também na frente ficava melhor de pedalar lomba acima, pois podia puxar a frente da bike com mais força que a roda dianteira não saia do chão e em conseqüência conseguia fazer mais força nos pedais quando necessário. No plano nem sentia nada a bike só ia, e lomba a baixo então era uma maravilha.
Logo chegamos na Laguna de José Ignácio onde tinha um bom número de velejadores praticando Kite Surf, ficamos ali parados curtindo um pouco aquele visual, de um lado a laguna e do outro o oceano atlântico e separando os dois uma estreita faixa de terra por onde passava a estrada. O ânimo já havia mudado pois estávamos chegando ao nosso destino, e a bela paisagem fazia os quilômetros passarem mais rápido. Aproveitando a parada na Laguna José Ignácio passei os alforges da bike da Maxi para minha, para que ela não sofresse mais neste trajeto que já havia sido tão desgastante até agora, e que continuava nada fácil com calor, sol e alguns sobe e desce. Assim ela poderia ir se recuperando e curtindo mais a viagem. Segui então com toda bagagem em minha bike e ela com a bike vazia. Incrível como a bike se portava bem, um pouco mais sofrido nas subidas mas nada de demais, inclusive com peso também na frente ficava melhor de pedalar lomba acima, pois podia puxar a frente da bike com mais força que a roda dianteira não saia do chão e em conseqüência conseguia fazer mais força nos pedais quando necessário. No plano nem sentia nada a bike só ia, e lomba a baixo então era uma maravilha.
Fomos seguindo a pedalada, passando por diversas praias, ao
longe começou a surgir o Farol da Ilha de Los Lobos, primeiro sinal de que
Punta del Este estava perto, em seguida já avistávamos os prédios. Logo
chegamos em La Barra, com seus muito sobes e desces, e com muito movimento
devido a sua alta badalação. É um balneário muito freqüentado por jovens e as
festas ali estão bem agitadas pelo que percebemos.
Mais um pouco e chegamos na tradicional ponte de La Barra de
Maldonado, estávamos chegando em Punta del Este. Esta é uma ponte ondulada e é
uma das obras de engenharia mais notáveis e divertida do Uruguay. Foi construída
neste formato em 1965 e em 2000 devido ao aumento do trânsito foi duplicada
seguindo exatamente as mesmas características da primeira.
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