terça-feira, 12 de novembro de 2013

BRM 200km - Série 2014 - Sociedade Audax de Ciclismo - 10 nov 2013

Sempre a semana que antecede uma prova de Audax, em que vamos participar pedalando, é movimentada para nós, ou seja, muitas coisas a conferir: mapa, rota, tempo de abertura e fechamento de cada PC, equipamentos, o que levaremos, e o que sai das duas bicicletas, que tipo de pneus, alimentação, hidratação etc... sempre conversamos para avaliar como será nossa estratégia.
O Dieter Brack sempre estuda mais do que eu a meteorologia e o mapa, inclusive eu sempre tenho meu cartão de rota preenchido por ele com os tempos de abertura e fechamento dos PC's, e que média temos que fazer para chegar antes que fechem! Ou seja, ele prepara tudo e eu observo e pedalo no dia.
No Sábado que antecedeu este BRM 200 após conferirmos todo o material e tudo separado e acondicionado nas bicicletas, Dieter novamente me disse que eu teria que fazer a prova no meu ritmo. Ele já havia dito isso na prova anterior que fizemos em outubro que acabamos pedalando juntos, sendo que um prejudicou o outro e acabamos por não completar a prova.
Digo isso porque, zeloso como ele é comigo, me fez a surpresa de me dar uma bike nova super legal, e ele ainda está com a bike antiga de 15 anos, pesada uma montain bike, e eu com uma híbrida. Dito isso a nossa conclusão foi de que nosso ritmo, com bicicletas muito diferentes não seria o mesmo, e nossa desenvoltura em longa distância só seria boa se pedalássemos em separado.
Olhei novamente o mapa muito em dúvida se seria isso mesmo pedalar sem o meu companheiro de sempre? Será que eu conseguiria... dúvidas e muita apreensão. 
Tratei de dormir e pensar nisso depois da largada. Encontrar todo mundo, ver quem estava de conhecido, aquela agitação normal na largada esqueci nosso combinado. Iniciado o pedal fomos indo eu atrás do Dieter como sempre, aquecendo, mas daí na RS240 começaram as pequenas ondulações e já vi que teria que ir em frente, o Dieter e o Flávio Schumacher ficavam para trás, o aro 700 da Specialized modelo Ariel é incompatível com os aros 26 das bikes deles, são mesmo ritmos diferentes. 
Eles me alcançaram e Dieter falou denvo "vai em frente, vai no teu ritmo se precisar me liga"! E eu fui. Quando me dei conta já não enxergava mais os dois e mesmo procurando pelo espelho não dava mais, estava ali eu, minha bicicleta e a estrada. Fiquei me convencendo mentalmente de que eu conseguiria chegar no PC1 e lembando de tudo que já ouvira de randonners experientes como meu cunhado Erich Brack: "Audax é prova individual... cada um no seu ritmo... a gente vai pedalando e encontra alguém no mesmo ritmo e vai pedalando"! 
Meu mapa bem visível fui controlando a distância pelo velocímetro, entrei para Montenegro, dei uma paradinha sem descer da bike para mudar a dobradura do mapa, e me senti mais segura na prova, foi eu parar e um grupo de ciclistas passando por mim perguntaram se "estava tudo bem e se precisava de ajuda". Foi ótimo achei tão bom, os randonners estão sempre dispostos a ajudar. Sempre no Audax a gente escuta muito o que as pessoas falam, as frases de otimismo nos impulsionam. Fui pedalando "no meu ritmo" sobe e desce lomba, encontrando alguns conhecidos que passaram por mim conversaram um instantinho, e se foram alguns pelotões de speed passaram por mim. Até que vi uns 50 ciclistas parados no acostamento, e parei também já vendo a Patrícia Nascimento e o Anderson Gross que me disseram aqui é o PC secreto. Que bom eu tinha conseguido achar até o PC secreto! 
Parada boa porque me alimentei, tirei fotos e recebi a ligação do Dieter. Impressionante ele estava na mesma fila que eu para fazer a mesma coisa: carimbar o passaporte e sair, mas eu não o via só escutava a voz pelo celular "não me espera vai", e o Anderson me falou estou vendo o Dieter e o Flávio estão lá no fim da fila eles abanaram de longe um para o outro. Continuei até o PC1 descansei um pouco quando estava abastecendo o camel bag o Dieter chegou, pude me despedir. Então minha meta passou a ser chegar no PC2 e almoçar. E assim foi segui meu caminho achando tudo muito bom, meu ritmo, minha bike desenvolvendo mais do que eu esperava, estava mesmo muito feliz! Próximo do Km 98 comecei a ver os primeiros ciclistas voltando, isso também me deu um ânimo legal, porque vendo os que estão voltando significava que eu estava perto do PC2! Cheguei carimbei o passaporte e almocei com os amigos, vi o Erich na fila do almoço quando eu já estava saindo. Quando estava indo abastecer novamente o camel bag com água vi o Dieter perguntando: viram a Maxi e o pessoal da organização zoando ele "ela já foi, faz tempo"; aí eu me apressei em falar "estou aqui"!!! Me despedi novamente dele, e sai do PC2, entrei na rua errada andei 50 metros olhei para trás e vi dois ciclistas indo no outro sentido, voltei e fui seguindo os dois. De repente passam por mim dois meninos nativos de Triunfo e falaram "vamos pegar essa bicicleta dela!" Não sei se eles estavam brincando, acredito que sim estavam admirando a bicicleta, mas na dúvida pedalei os paralelepípedos mais rápido que pude até alcançar os dois ciclistas, contei para eles que acharam engraçado. Bem saí de Triunfo fui ainda chegando perto de um ciclista e outro, pedalei um pouco ao lado da Lorena Preuss de Araújo, a meta nesse momento era chegar no trilho do trem e no PC3. Antes do trilho do trem encontrei com o Daniel Nagata pedalando numa aro 29, e achei o ritmo parecido pedalamos próximos, encontrei o Jr Ortiz e a namorada que passaram por mim rapidinho, parei no PC 3 já o calor estava muito prejudicial, vi a Ninki da Sac degustando um guaraná não tive dúvida pedi uma garrafa igual, afinal refrigerante tem sal e açúcar e eu precisava reposição! Descansei bastante tempo, sentei na sombra, sempre pensando se o Dieter ia chegar. Naquele momento comi chocolate, bananas, barra de ceral, abasteci denovo a água, pois nesse dia consumi uns 6 litros de água. Parada mais longa, não dava mais para esperar, saí deste PC3 sem ver o Dieter, o Erich me disse que ele estava vindo e que estava devagar que o Flávio estava com caimbras mas que iriam completar. A estrada nesses últimos 40 km estava bem cansativa, as nuvens começaram a ficar carregadas céu negro e muito calor. Na entrada de Capela de Santana de longe me chamou a atenção na varanda de uma casa uma família sentada, ali pareciam observar a paisagem, quando fui chegando mais próximo uma mulher se levantou e começou a falar em voz bem alta: "linda, linda, uma mulher pedalando, que linda parabéns, é a primeira mulher que vejo hoje pedalando viva as mulheres e bateram palmas", eu fiquei bem emocionada só consegui naquele momento tocar a campainha da bicicleta, sorrir e continuar pedalando. Pensei na hora do que mais eu preciso? Chegar até aqui pedalando tem sempre um sentido, uma lição... e que significado teve para essas pessoas que se comoveram com o ciclismo do modo deles, achei muito bacana, acreditei naquele instante que valeu a pena cada girada de roda. Logo adiante veio a tão abençoada chuva, nos primeiros pingos já foi vestir colete refletivo, acender as luzes da bike, trocar as lentes do óculos e voltar para a estrada. Foi uma chuva que começou fraquinha parou e de repente caiu forte e lavou tudo. Quando caiu a chuva forte mesmo vi o quanto era importante estar pedalando em dupla, com luzes, e coletes de forma bem visível para o trânsito. Não paramos de pedalar pois já estávamos num trecho de acostamento. Mais umas várias lombas nos últimos 20km, uma última parada para alimentação, alguns escorregões, até chegar no viaduto da via lateral em São Leopoldo onde encontramos um casal, indicamos que sabíamos onde era o Ginásio da chegada do Audax. Ao chegar na rua lateral a alegria tomou conta de tudo já estava em casa, já sabia que estavam vencidas todas as etapas desse Audax. Avistar aquela cobertura arrendondada do Ginásio de São Leopoldo foi a maior alegria e assim cheguei e acabou este Audax! Cheguei bem, cheguei animada, com as roupas molhadas, mas de alma leve! Missão cumprida de uma maneira bem especial, com o apoio de quem mais me incentiva em tudo em todos os momentos, e que acredita que eu posso fazer e ir além dos limites que eu até desconheço. Esse Audax foi do Dieter! Parabéns por seres quem és e dedicar tanto tua vida ao nosso bem estar! Rumo ao 300km, a vida não para! Estou feliz e gostaria de compartilhar com todos esse relato, pois eu acho que agora começo a entender o espírito randoneiro de apoio, de desafio pessoal, autonomia, conhecimento do percurso, eu ainda quero aprender muito mais esse universo AUDAXIOSO. Hoje fui almoçar, quando fui pegar o dinheiro para pagar percebi que as cédulas estavam molhadas tive que rir, lembranças do Audax!





quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Audax 600km - promovido por Sociedade Audax de Ciclismo de 21 a 22 de setembro de 2013

Fomos convidados novamente pela Ninki da SAC para participarmos do AUDAX 600km (Porto Alegre - Santa Cruz do Sul via vale Verde - Pantano do Sul - Encruzilhada do Sul e retorno pelo mesmo caminho), como colaboradores do evento com carro de apoio, o que aceitamos logo porque é uma atividade da qual gostamos bastante de fazer principalmente pelas amizades conquistadas e o contato com os ciclistas.
Como colaboradores aproveitamos a prova de outra maneira, aparentemente o modo mais fácil, já que não estamos pedalando, só que não é bem assim.


Ao que constatamos esta foi uma prova muito difícil em razão das condições climáticas ocasionando um desgaste maior dos ciclistas e um grande número de desistências ao longo do percurso.


A prova iniciou com chuva, choveu durante e terminou com chuva.


As primeiras 14 horas iniciais foram com muita chuva, no amanhecer o sol apareceu por 15 minutos e a chuva retornou e assim foi toda a prova.


Para quem pedalava estava difícil, para quem trabalhou também, pois não tínhamos pontos de parada seco, não podíamos parar e descer do carro ao longo do trecho pois sempre chovendo, por este motivo também o número de registros fotográficos foi bem reduzido.


Foi uma torcida muito grande e muita apreensão da equipe durante todo o evento. Dos 25 ciclistas que largaram na madrugada de sábado somente 11 completaram a prova. 


Esperamos na próxima série possamos participar de todos os eventos pedalando e completando cada BRM/2014.




Depoimentos detalhados dos ciclistas no blog da SAC: http://www.sociedade.audax.org.br/

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Pedal para Gramado - INDIAX

Com o feriado de 27 de junho chegando, vimos nele uma oportunidade de fazer um feriadão mais prolongado, incluindo a sexta-feira. Aproveitaríamos então estes 4 dias para pedalar. Melhor ainda se fosse por trajetos diferentes dos usuais. Fugindo um pouco da rotina. 



 Com estes pensamentos de fazer uma programação diferente convidamos alguns amigos para passar o feriadão em nosso sítio em Gramado. 




 Aliando o pedal ao vinho, ao chocolate quente, a lareira, a paisagem e clima da serra.  




 
Combinação perfeita, durante o dia pedal por paisagens e trilhas paradisíacas e a noite verdadeiras orgias gastronômicas, muitas conversas em boa companhia em frente a lareira para repor as energias e pedalar muito no dia seguinte visitando diversos pontos turísticos, mas por caminhos nem um pouco usuais.



Os amigos adoraram a idéia, mas infelizmente nem todos puderam nos acompanhar ou então nos acompanharam somente numa parte da "indiada".




 A tribo estava formada para mais uma "indiada", a programação feita, tudo acertado, quinta-feira dia 27 de junho, chegou a hora. Eu, o Mauro Guerra e o Flávio Schumacher embarcamos no trem com a bikes em Porto Alegre e seguimos até Novo Hamburgo, onde começaria de fato nosso pedal. 





 A Maximilia, a Claudia Bethonico e o Leonardo Schumacher seguiram no carro de apoio, lotado de coisas mais as três bikes deles em cima do carro. Iniciamos então nosso pedal passando por Novo Hamburgo, aos poucos a musculatura ia aquecendo até passarmos Estância Velha, onde iniciaria a longa subida da serra. 

 



Sim optamos em subir a serra para Gramado pela BR 116, estrada estreita, sem acostamento e com muito mais altimetria acumulada do que se fossemos via Sapiranga pois o sobe desce é constante. 




Mas o charme e o visual desta estrada compensa, afinal é uma rota romântica, emoldurada pelos plátanos de onde caiam as folhas e deixavam toda a estrada dourada, era uma constante chuva de folhas douradas, que as vezes brincávamos tentando pegá-las antes que caíssem no chão, para guardar de recordação.




Seguimos então pedalando pela BR 116, passando por Ivoti, Dois Irmãos, e chegando em Morro Reuter, seguimos para Gramado via Santa Maria do Herval. 




Seguíamos devagar, sem pressa, curtindo a paisagem cada vez a civilização ficava mais longe e o movimento na estrada ia diminuindo. 



Nosso carro de apoio seguia nos encontrando de tempos em tempos com a finalidade registrar os melhores momentos através de fotografias feitas pela Maxi, Claudia e Leonardo. 
Nesse trecho agora passaríamos por diversas colônias alemãs e italianas, região de diversas pequenas propriedades, com diferentes culturas, e passando Santa Maria do Herval, acabou o asfalto. 
A estrada nesse trajeto passou a ser de muita terra, pedras, sobe e desce.



Quase chegando no sítio paramos as margens do Arroio Jamerthal para almoço. Ali fizemos um delicioso choripan e degustamos algumas cervejas que já estavam gelando desde Porto Alegre. 




Logo após o Almoço seguimos pedalando mais um pouco até chegarmos no sítio, neste trecho o Leonardo largou o carro de apoio e veio pedalar com a gente. Estes últimos quilômetros foram uma eternidade. Enfim chegamos nos alimentamos e descansamos.




No dia seguinte, chegou o Cláudio Stumpf, o qual achamos que nem apareceria mais. Chegou de carro trazendo sua bike para passar o dia pedalando com a gente. Então a tribo havia aumentado, mais 3 ciclistas. 



A Claudia teve que voltar a Porto Alegre para trabalhar, e nós seis fomos pedalar. Passamos pelo Lago Negro, Avenida das Hortências e Parque Hotel pela manhã. Após um almoço rápido num restaurante freqüentado somente por locais, seguimos pedalando em direção a Cascata do Caracol, mas para não perder o costume, por estradinhas nada convencionais e sempre que possível de terra e pedra. 



Do Caracol seguimos direto para o Vale da Ferradura, onde fizemos uma pausa para lanche, hidratação e para curtir a paisagem. 




O dia já estava chegando no fim, então seguimos para Canela por uma estradinha secundária que passava pelo interior de uma reserva, chegando em Canela seguimos pelo asfalto.









No sábado choveu, então a programação foi livre, aproveitamos para descansar e para as mulheres irem as compras. Só que enquanto o Mauro e o Dieter escolhiam os vinhos no supermercado, o Flávio e o Leonardo compraram um bolo para a surpresa para o aniversariante.

No domingo iniciamos o retorno, a Maxi, Cláudia e Leonardo seguiam no carro de apoio, e eu o Flávio e o Mauro seguimos de bike, porém optamos em descer a serra toda pelo caminho tradicional, via Nova Petrópolis, nossa cota de estrada de terra e pedra havia se esgotado.



Foi uma delícia descer a serra por esta estrada, todos carros sempre nos respeitando, sem buzinas, sem fininhos, perfeito. Mas mesmo descer esta serra é muito cansativo, pois como já disse antes, são subidas e descidas o tempo todo. Inclusive tem-se a impressão de que Porto Alegre é mais alto do que Gramado. Seguimos pedalando até Novo Hamburgo, onde pegamos o trem seguimos até Porto Alegre onde encerramos o pedal comendo um xis e nos hidratando como de costume. Chegamos em casa muito cansados mas todos muito satisfeitos e loucos para repetir a dose.