Quem somos no mundo da bicicleta


Oi, somos Dieter Brack e Maximilia de Paula, desde que nos conhecemos as aventuras e sonhos de viajem já faziam parte de nossas vidas!

A bicicleta estava presente em nossa vida desde bem cedo.
Maximilia nasceu em Soledade no norte do Rio Grande do Sul, no Planalto Médio, no Alto da Serra do Botucaraí, a 726 metros de altitude, ou seja, serra e lombas por todo lado. Carinhosamente os pais Maxi, contam que a primeira bicicleta foi comprada em Passo Fundo e que não houve negociação para que a criança descesse da bicicleta, foi então que o primeiro cicloturismo da Maxi foi viajando dentro de uma TL, no banco traseiro, acomodadas ela, sua nova bicicleta e sua mãe a segurando por 70km até retornarem a Soledade (sim em 1974 não era usual cadeirinhas para crianças ou cintos de segurança) era um lindo triciclo verde limão com fitinhas coloridas no guidon, um luxo!
O tempo foi passando, outros modelos de bicicleta foram fazendo parte dos passeios de escalada em Soledade, entre monark, monareta, odomo, e até rolava uma voltinha na BMX do mano e na barra forte da prima aprendendo a carregar passageira na garupa e alguns tombos nas descidas eram bem normais. Até que com 14 anos no primeiro emprego com o primeiro salário comprou a sonhada Caloi Ceci, só que era usada e cheia de problemas, freios que funcionavam de vez em quando, guidom frouxo um horror... Esse tempo passou logo, e a bike ficou de lado, não havia quem se dedicasse ao conserto, e sobrou para o irmão mais novo tomar conta, e a bike pobrezinha sumiu deve ter se desintegrado (risos)! Nesse tempo a vida foi tomando outros rumos vestibular, morar fora para cursar a faculdade, e nada de bicicleta. Enfim o Dieter fez a retomada nesse assunto no ano 2000 presenteando-me com uma linda bicicleta nova em Porto Alegre para poder acompanha-lo para pedalar, e é essa que tenho até hoje!
Dieter Brack, de Porto Alegre, minha vida com bicicleta não sei dizer exatamente quando começou, nem que ano tive meu primeiro triciclo, daqueles de aço, se não me engano vermelho, parecido com o da Maxi, mas que tive, tive.
Já a 1ª bicicleta ganhei na noite do natal de 1977, com cinco anos de idade, lá em São Leopoldo na casa da minha Oma, e foi já na primeira noite mesmo, que sai pedalando pelas ruas da cidade, na companhia dos meus irmãos, que haviam ganho lindas Monark 10 e Caloi 10.
Essa minha bicicleta era uma Monareta aro 16 linda, com rodinhas auxiliares que foram retiradas durante o primeiro dia, de tanto que pedalei na noite anterior, aprendi muito rápido a me equilibrar, e as rodinhas só estavam atrapalhando.
E assim começaram as primeiras pedaladas, Morro do Espelho, Feitoria, Lomba Grande, pedalar sobre o dique do Rio dos Sinos, foram os destinos mais frequentes e divertidos nos arredores de São Leopoldo.
Eu acompanhando meus irmãos e por vezes os primos, todos mais velhos e com suas bicicletas de 10 marchas, mas eu ia junto com minha Monaretinha.
Logo os pedais foram saindo da cidade, sempre com a desculpa de ir visitar algum parente aqui ou ali, Novo Hamburgo ou Ivoti, bah, esta era uma baita viagem, com direito a muita lomba, mas não tinha problema, saíamos cedinho de São Leopoldo e levávamos junto a coleira do Baron (o foxzinho da minha oma), para utilizar em caso de meus irmãos precisarem me rebocar na subida da serra. Mandava ver na bicicletinha que descendo lomba a toda velocidade sacudia mais do que vara verde, mas ia embora, não podia ficar para trás. E assim eram os finais de semana, sempre pedalando.
Quando nos mudamos do apartamento em Porto Alegre para uma casa, passamos a ter onde guardar as bicicletas, sendo assim que as trouxemos de São Leopoldo para Porto Alegre, podia então pedalar há todo momento e não só aos finais de semana. Pouco a pouco fui conhecendo a cidade de bike, e diversos passeios fiz sozinho, na companhia de amigos ou dos três irmãos.
Com o tempo também a velha monareta aro 16 já era pequena para mim, herdei então de um primo uma monareta aro 20 bem usada, com freio contrapedal e que vivia caindo a corrente e em consequência ficando sem freio, mas tudo bem, era só pular da bike ou colocar o pé na roda e seguia em frente novamente.
A medida que crescia ia pegando emprestada a Caloi 10 da minha irmã, mas finalmente em 1984 eu ganhei dos meus pais minha tão sonhada Monark 10, neste momento da adolescência pensando: ninguém me segura.  
Os pedais ganharam outra dimensão, e junto os sonhos de viajar de bicicleta. Tinha o sonho de pedalar, viajar, ir para praia de bicicleta, acho que este deve ser o sonho de qualquer um que tem uma bike. Mas no meu caso a praia estava a mais de 500km, pois sonhava em pedalar até Balneário Camboriú em Santa Catarina, mais precisamente a Praia do Estaleirinho, além de muitos outros como pedalar até Montevidéu, Buenos Aires, fazer a volta na América Latina pedalando, etc... esses destinos ainda estão na lista!
Com todos estes sonhos precisava era treinar para ter preparo para todas estas tão sonhadas viagens.
Logo percebi que precisava melhorar minha bike, torná-la o mais leve possível. Passei a colocar os melhores componentes disponíveis, mas claro, não tinha dinheiro, então a maneira mais fácil foi ir desmontando a bike da minha irmã e colocando os componentes dela em minha bike, pois a maioria dos componentes da bike dela eram mais leves e mais eficientes que os da minha, já que ela não pedalava tanto quanto eu.
Assim então tive o melhor que eu havia conseguido montar juntando estas duas bikes. Pedalando  pela cidade fui me enturmando com muitos speedeiros, que deveriam ser no máximo uns 15 ou 20, aqui em Porto Alegre, e com eles passei a treinar aos finais de semana e as vezes até durante a semana.
Estou falando de uma época em que não existia computador, celular, bikes importadas pois estas eram muito, muito raríssimas, só para algum ciclista profissional. Os ciclistas se encontravam no Parque Marinha do Brasil, no Laçador, na esquina da Goethe ou em frente ao HPS, no pedal do dia já combinavam quando seria, qual o horário e em que local sairia o próximo pedal.
As melhores bicicletas que havia eram a Caloi sportíssima que o pessoal dava uma envenenada cortando o quadro, para deixá-la mais curta, desentortanto o garfo, colocando aros de alumínio com pneus tubulares, etc... Mil “gambiarras” que faziam para tentar melhorar o desempenho. E eu lá com minha “chumbana” Monark 10 no meio dos pelotões. Eu era um piá de uns 15 anos aproximadamente, no meio de um monte de ciclistas mais velhos que muito me ensinaram e me incentivaram.
Grupos de ciclismo, nem se falava, mas talvez isto fora o início dos grupos de ciclismo, pois sempre nos encontrávamos para pedalar juntos. Sempre para estrada, São Leopoldo via BR116 e estrada velha, ou Viamão, Gravataí, Sapucaia do Sul, Porto Alegre, ou então pela BR290 ate o Country Club.
Passei então a usar a bike no dia a dia, utilizando ela como meu principal meio de transporte indo ao colégio, escoteiros, para todo lugar ia de bike.
Lembro muito bem, que uma oportunidade ímpar que tínhamos de pedalar por Porto Alegre, durante a noite, e com segurança, era quando havia a maratona. Estava começando a Maratona Internacional de Porto Alegre, eram as primeiras edições desta corrida, e na noite anterior ao evento, a organização da maratona procurava um ciclista voluntário para fazer a medição da distância do percurso. Na bicicleta deste voluntário era instalado um ciclocomputador, “BAH” que luxo, e então este ciclista tinha que fazer todo o percurso, e lógico, todos os ciclistas que podiam iam juntos acompanhando, e todos ciclistas escoltados por batedores e polícia, acho que assim nasciam os grupos de ciclismo noturno em nossa cidade. Isto se repetia a cada edição da Maratona Internacional de Porto Alegre.
E logicamente no dia da Maratona todo mundo estava lá novamente para refazer o percurso acompanhando os maratonistas.
Voltando às viagens, fiz algumas viagens de bicilceta e continuo participando de cicloviagens, impossível lembrar de todas, mas algumas foram muito especiais.
Cito a cicloviajem para passar as férias de inverno em Imbé-RS, para esta viagem convidei um amigo talvez este tenha sido a minha primeira “cobaia” (kkkk), batemos todos os recordes de pneus furados e estourados devido a carga excessiva das bikes, levamos apenas ferramentas, saco de dormir e roupas. Num percurso que durou dois dias para chegar a Imbé-RS, sendo que foi preciso pernoitar no caminho e não tínhamos barraca. Isto foi no povoado de Miraguaia, entre Glorinha e Santo Antônio da Patrulha. Chegamos ali já era noite e resolvemos achar um local para dormir, os hotéis mais próximos eram em Santo Antônio da Patrulha 20km à frente. Acabamos sendo acolhidos pelo pessoal da própria farmácia onde pedíamos informações. Nos cederam uma sala de espera de um consultório médico. Dormimos literalmente trancados ali dentro, podendo acessar somente um banheiro. Estendemos nossos sacos de dormir, cada um em um dos bancos de madeira ripada da sala de espera, e ali dormimos, no dia seguinte, bem cedo, alguém passou ali e abriu a porta para nós, que seguimos viagem até Imbé-RS.
E por ai vão as histórias, acho que vou ter que acabar dedicando um capítulo para cada cicloviagem e neste blog pretendemos relembrar as pedaladas e registrar as atuais já que as “rodas aos ventos” estão só começando a rodar.

2 comentários:

  1. Bah! Que legal! Adorei! Vou seguir para ler as próximas histórias.

    Abracos

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  2. Que bom que gostaste Alfredo.
    Ja tem mais algumas postagens novas, dá uma conferida.

    Abraço

    Dieter e Maxi

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