Iniciando o ano com o Pedal direito – Uruguay de Bike –
Parte 3
Dia de pegar a estrada novamente. Acordamos cedo, tomamos
nosso tradicional café da manhã e começamos a desmontar o acampamento e
carregar as bikes com todo o material. Incrível a quantidade de coisas que
tínhamos trazido e tudo isto somente nos alforges das bikes.
Com tudo carregado nas bikes, lentamente fomos nos
despedindo do Parque Santa Teresa. Nove horas da manhã já estávamos na estrada,
levamos um bom tempo até acomodarmos todas nossas bagagens nas bikes. Nossas
bikes agora eram nossa casa, tudo que tínhamos e que precisávamos estava ali. Era só escolher para onde ir e pegar a estrada. Indescritível esta sensação de liberdade.
Nosso destino hoje era La Paloma,
distante aproximadamente 110km ao sul. Seguimos pedalando pela Ruta 9, costeando a Laguna Negra, e em função desta área mais aberta sentíamos mais
os efeitos do vento que era contra mas não muito forte.
O céu estava azul e
prometia ser um dia muito quente. Após 45km chegamos na localidade de Castillos,
fizemos uma ligeira entrada na cidade, onde encontramos um armazém e passamos a
procurar qualquer coisa para fazermos um lanche e matar a sede com algo gelado.
Não sabíamos quando encontraríamos algum recurso novamente e estávamos apenas
no início da viagem deste dia. As estradas uruguaias não contam com tanta oferta
de postos de combustível com lojas de conveniência como no Brasil.
Após uma ligeira troca de informações com as pessoas locais
seguimos viagem, agora sairíamos da Ruta 9 e seguiríamos pela Ruta 16 até Aguas
Dulces onde então pegaríamos a Ruta 10 até La Paloma. O movimento
intenso da Ruta 9 havia ficado para traz, e seguíamos por uma estradinha
estreita, sem acostamento e sem movimento. Os próximos quilômetros seriam assim
e ainda para ajudar nestas estradas não é permitido o transito de caminhões.
Que beleza. Pedalamos pela estrada sem problemas com todos carros respeitando
muito os ciclistas, sem buzinada ou xingamentos, incrível mas até os motoristas
brasileiros se portavam da mesma forma. O que será que acontece quando eles
cruzam a fronteira???
Nestes 10 quilômetros entre Castillos e Aguas Dulces
começamos a encontrar outros cicloturistas, deviam estar vindo de Cabo Polonio. O primeiro grupo era de uns 3 ou 4.
Logo chegamos na entrada do balneário de Aguas Dulces e
ficamos avaliando se entrávamos ou não, decidimos entrar pois não sabíamos
quando seria o próximo apoio. É um balneário pequeno nada turístico, com ruas
de terra mas que parece ser bem movimentado, mas não naquele horário, e olha que não era hora da famosa ciesta ainda, não sei. Parecia mais um balneário
abandonado onde chamávamos a atenção de todos como se fossemos forasteiros.
Fomos até o acesso a praia e de lá avistamos ao sul grandes
dunas, eram as dunas de Cabo Polônio. Rodamos um pouco pelo balneário e
encontramos uma pequena Panaderia com uma cortina esquisita na entrada. A tal
cortina era de fitas coloridas de modo que não podia se enxergar o interior do
tal estabelecimento, meio sinistro, na real a Maxi achou que nada tinha a ver com Panaderia,
mas era o único local aberto. A Maxi ficou esperando do lado de fora e eu fui
ver o que achava para comer ou beber. Revirei aquele cubículo abafado, escuro e
úmido. A única coisa que achei para comer foram duas milanesas (sanduíche de
bife a milanesa com umas folhas verdes queijo e tomate), pareciam ser do dia
anterior mas fazer o que, era o que a casa oferecia, para acompanhar lógico,
duas Patricias bem geladas, pelo menos isto.
Do outro lado da rua havia um bar
ou restaurante que estava fechado assim como todos os outros, e tinham umas
mesas com bancos sob um pergolado de taquaras que davam uma sombreada nas mesas.
Sentamos ali e nos deliciamos com nosso almoço. Após um breve descanso pegamos
as bikes e seguimos em direção a estrada.
Agora iniciava a Ruta 10, que seguia como a anterior sem
movimento, sem acostamento e com trânsito proibido para caminhões, que beleza. O
dia estava muito quente, rodamos mais 10km e chegamos ao Arroyo Valizas, um
vilarejo de pescadores com meia dúzia de casinhas às margens do arroio. Paramos
ali para tomar algo apreciar um pouco a paisagem bucólica e nos refugiarmos um
pouco do sol. Neste dia tomamos muita água! Enquanto descansávamos ali cruzaram
pela ponte no sentido contrário ao nosso mais um grupo de uns 4 cicloturistas.
Recuperamos o ânimo e retomamos nossa pedalada, agora estavam faltando apenas
45km para La Paloma. Seguimos pedalando, logo passamos a entrada para Cabo Polônio.
Cabo Polônio é um vilarejo localizado entre o mar e uma extensa faixa de dunas
de areia. Para chegar até lá somente com os caminhões 4x4 que fazem o
transporte das pessoas. Tínhamos cogitado em talvez pernoitar ali em Cabo
Polônio, mas como ainda era cedo resolvemos seguir adiante, mais um destino que
ficou para próxima viagem.
Seguíamos pedalando pela Ruta 10, nos distraindo com a bela
paisagem.
De tempos em tempos uma escola isolada, uma entrada para uma pequena praia. E assim íamos apreciando a paisagem, de um lado campos e coxilhas sem fim, do outro campos com o azul do mar ao fundo. Até dava tempo de pensar ao ver os rebanhos de gado de que não tem como ter carne ruim com os bois pastando num visual destes. A carne já vem até salgada.
De tempos em tempos uma escola isolada, uma entrada para uma pequena praia. E assim íamos apreciando a paisagem, de um lado campos e coxilhas sem fim, do outro campos com o azul do mar ao fundo. Até dava tempo de pensar ao ver os rebanhos de gado de que não tem como ter carne ruim com os bois pastando num visual destes. A carne já vem até salgada.
Na estrada o calor era intenso, retas
sem fim, de tempos em tempos fazíamos uma parada na sombra de alguma árvore
para nos recuperarmos.
Seguimos pedalando e na entrada de uma propriedade um
rapaz levantou os braços vibrando e perguntando para onde íamos, quando
respondemos que nosso destino do dia era La Paloma ele gritou: “Dá-lhe dá-lhe falta pouco”;
foi um ótimo incentivo faltava mesmo pouco, mas o calor e o contra vento
estavam fazendo o tempo não passar.
Lentamente as sombras das árvores vão deitando sobre a
estrada e com isto já sentimos um refresco. Pouco a pouco a quantidade de
praias vão aumentando, e a civilização também.
Um pouco antes de chegarmos na
Ruta 15 que La Paloma à Rocha, passamos por um túnel verde muito parecido
com aquele da estrada que leva a Cidreira no RS.Entramos na Ruta 15 em direção a La Paloma, trânsito mais intenso, mas tudo tranqüilo.
La Paloma além de praia é um pequeno porto. Para os velejadores que estão navegando pela costa do Rio Grande de Sul e do Uruguay este é o único abrigo entre Punta del Este e Rio Grande.
Logo na entrada encontramos nosso camping, mas preferimos
fazer um reconhecimento da cidade primeiro, passamos em frente e seguimos
direto para a praia onde encontramos um quiosque a beira mar onde comemos um
delicioso Pancho e para mudar um pouco tomamos uma Pilsen para comemorar a
missão cumprida do dia. Foi só aproveitar.
Do quiosque observávamos a praia de águas azuis que estava
lotada, um pouco distante a direita estava o Porto de La Paloma.
Ficamos ali
relaxando um pouco. Depois seguimos para o camping montar nosso acampamento,
tomar um chimarrão e depois descansar porque no dia seguinte teríamos mais
estrada.
Com acampamento montado, banho tomado e com um bom chimarrão
planejávamos a rota para o próximo dia.
A noite aproveitamos para conhecer o centro movimentado de
La Paloma que ficava a alguns quilômetros seguindo pela beira mar. No centro de
La Paloma uma grande avenida, com um largo canteiro no meio e diversos
restaurantes nos dois lados da avenida onde também havia uma variedade sem fim
de lojas e restaurantes. Muita gente passeando, a noite estava
agitada e um pouco fria devido ao vento que soprava, a sorte que chegamos cedo devoramos nossa pizza em metro. Passeamos um
pouco por lá e na volta para o camping pegamos um bom vento que parecia ser
favorável para o próximo dia. Dormimos cedo pois o próximo seria um longo dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário